29/04/2009

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Quando nos campos cobertos de verdura
o sol brilhar com toda a sua ternura
na terra envolta em verdes tons de era,
sim... voltarei a sonhar. É outra vez Primavera!
Em seu cheiroso regaço cairão rosas de Maio
pequenas, atrevidas e perfumadas
cobrindo os portões de um passado decadente
numa extensa memória de largas passadas.
Dali, nunca sei se entro ou saio.
Vejo-me sempre num espelho imaginário,
no grito rouco duma noite fustigada,
perfeito perfil do sonhador hereditário.
Uma lua que já espreita antecipada,
um sol poente que se sente solitário.
Na onda tardia da maré agoniada
vem chegando devagar a madrugada fulgente.
Qu’importa!
Se tudo vai, se tudo volta,
se há sempre uma porta
que nos leva e traz de volta.
Primavera a sorrir
rosas de Maio por abrir.

01.08.97


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