23.12.84
Simbólica
homenagem à morte, por assassinato, de Indira
Ghandi
Uma
grande Mulher para um grande País (minha Pátria mãe)
Índia, 1984
Vazio,
eco
Vácuo profundo…
Palavras
ocas
Palavras soltas
Adornadas
de ouro e prata
Cravadas
de rubis, safiras
Esmeraldas e marfins
Espalhadas
numa atmosfera quente e irreal
Do incenso dos Palácios adormecidos
Dos lagos transparentes
Abandonados
Soterrados
Num túmulo de emoções
vivas
Das tardes quentes de calor
Já
esquecidas
Que
vem fazendo parte dum passado ainda recente
Deslumbrantemente
desmascarado
De sedas e veludos empoeirados
De sentimentos e ostentações intensas
Licores, vinhos e belas
tapeçarias,
Diamantes e ricas pedrarias
E
eu, onde existo?!
Entre mil e um rostos lavados
E outros tantos por lavar,
Entre mil e um rostos esfacelados
Enterrados em leitos de cambraia
Vestes de púrpura e acetinados
“Mil
e uma Noites” de sonhos assassinados
Embriagados numa longa noite de sangue
derramado
E
assim se fundiram
A
riqueza e a pobreza
No maior tesouro que a História
conheceu
No mais belo diamante que a natureza
concebeu.
E
eu, onde existo!…
Fantasia, lenda,
realidade,
Passado, Presente
ou Futuro,
É
pó que os outros assopram e respiram sem saber.
Cálice de Cristal ou de Prata
É Vida
que eu quero beber.
O PERFUME
DAS ÁGUAS
O MAR ETERNO...
A RESIDÊNCIA DIVINA
A MORADA SECRETA
ONDE O TEMPO JÁ PASSOU
ONDE O SONHO SE GASTOU
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