29/04/2009

Cheira a “flor de laranjeira”


O trigo já foi semeado,
já cresceu e foi ceifado.
Nos campos o sol escaldou
o sonho de quantos transpirou.
Caíram as primeiras chuvas,
o entardecer chorou.
O ar agora é mais leve,
o horizonte está mais limpo.
Tez suave, branca e fria,
a luz clara da verdade,
na onda da nostalgia,
no vaivém da maresia.
Cheira a cravos, cheira a rosas,
cheira a flor de laranjeira.
Vai e volta sem parar.
Vou ficar até cansar.
Vou esperar o sol nascente,
a ceifa e o poente.
Numa noite, lua cheia,
haja vento, haja chuva,
brilha o lume da fogueira
cheira a “flor de laranjeira”.

1987

Sem comentários:

Enviar um comentário