29/04/2009

“Fantasia”


Folhas caídas
água a correr

Mistura de ódio e prazer

Horas sem tempo
de preguiça e lazer

Gemidos à beira rio
numa noite de agonia

Gritos que não se ouvem
Sussurros, magia…
Silêncio!
Segredam os deuses e os místicos
numa noite misteriosa
de sabedoria invejosa.

As estrelas apagam-se
E caiem, uma a uma …
Num movimento leve e lento
Chuva de lume
no espaço e no tempo

Sem forma,
côr ou movimento
Na imensidão do eterno
sem fim e sem brilho.

Chuva de estrelas cadentes
De desejos para sempre pendentes.

É um Universo doente.
Um mundo em constante desmoronamento.
E o Milagre não se dá
E a guerra não se rende.
Mas o Amor não é Eterno
e a Verdade
não é necessariamente uma catástrofe.
A Verdade
está na Fonte do Jardim do Paraíso.
Verde, Eterno, Imortal.
Jardim da eternidade infinita,
Jardim da minha infância arrefecida,
No medo do Jardim da minha vida.

17.03.83

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