29/04/2009

“Olhai os lírios do campo...
olhai as aves dos céus,
não semeiam e não colhem
e não lhes falta o sustento”

(Novo Testamento)


Sublimação


Diz-se que a poesia é um “dom”.
Toda a arte é um dom
se dela jorra o amor,
se dela brota a semente
do amor p’ra quanta gente.
Amor sonhado, amor amado,
amor amigo, amor inventado.

É por amor e com amor
que se escreve, que se pinta,
que se canta ou se encanta.
Que se vive e se respira.
É por amor que sofremos
e tantas vezes dizemos
por um “sim” ou por um “não”,
algo que se cala na alma,
cravado no coração.

É por amor que clamamos,
choramos e resistimos,
brindamos, compartilhamos,
as horas boas, as horas más,
o céu azul, o inferno,
o tempo que leva e traz,
o calor, o frio d’Inverno.
E por amor decidimos
se ir, se simplesmente ficar.

É por amor que odiamos
aqueles que mais amamos
e no silêncio sufocamos
palavras, gestos e sentimentos,
esperando melhores momentos,
num nó tão bem apertado
que cabe dentro do peito
e com amor transformamos
numa feliz e secreta amizade,
“que mal se ouve, que mal se sente” ...

que já pesa na saudade,

sem ter culpa e sem temor
sem dúvida com muito Amor.

1994

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